[DICA DA GERONTÓLOGA] 8 dicas sobre o envelhecimento ativo

Com o aumento da expectativa de vida, é recorrente pensar em como envelhecer com saúde e da melhor maneira. Pensando nisso, a Cuidare Morumbi convidou sua parceira, a  gerontóloga Natalia Caroline Cerri (ABG356), para trazer 8 dicas sobre o envelhecimento ativo. Acompanhe as dicas logo abaixo:

8 dicas sobre o envelhecimento ativo
8 dicas sobre o envelhecimento ativo

1. Inclua exercícios físicos em sua rotina

Pesquisa nacional de saúde aponta que parcela de pessoas que praticam atividade, cai conforme aumenta a idade; na faixa de 18 a 24 anos, 35,3% fazem exercícios, enquanto acima de 60 são apenas 13,6%

Praticar alguma atividade ajudará a manter a sua independência para ir aonde você quiser, bem como executar suas atividades por conta própria. Além disso, praticar regularmente exercícios físicos previne e até mesmo proporciona o alívio de diversas doenças, como diabetes, doenças cardíacas, artrite e até mesmo depressão, dentre outros problemas de saúde.

Mantenha uma vida fisicamente ativa fazendo uma atividade que você goste. E não se preocupe se você não é daquele tipo de pessoa que gosta de frequentar academias, praticar atividades físicas vai muito além desse universo chamado academia. O importante é encontrar uma atividade que lhe dê prazer. Caminhadas, andar de bicicleta, dentre outras atividades aeróbicas são uma excelente maneira de fortalecer diversos músculos, além de contribuírem para a saúde do coração.

2. Se alimente melhor

A maioria das pessoas atualmente consome mais do que o dobro da dose diária de sódio recomendada e cerca de 60% dos alimentos com maior teor de gordura fazem parte da alimentação diária da população. Na pesquisa, feita entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014 com 63 mil pessoas em todo o País, 37,2% dos entrevistados disseram que comem comida muito gordurosa. Entre os homens, esse percentual é de 47,2%.

 Isto pode acarretar em diversos problemas, como hipertensão e doença cardiovascular. Procure consumir alimentos ricos em nutrientes, como verduras, frutas e grãos integrais, bem como evitar o consumo excessivo de doces, alimentos processados e carregados de sódio e conservantes. Tenha sempre em mente que cada um de nós possui necessidades dietéticas diferentes e por isso, busque sempre ajuda de especialistas.

3. Mantenha o Cérebro em Funcionamento

O declínio cognitivo é comum no envelhecimento e tende a aumentar com o avanço da idade, variando de 4,2% na faixa etária de idosos de 60-74 anos a 17,7% entre os idosos de 75 anos ou mais. Diversos estudos apontam que um estilo de vida que inclui a estimulação cognitiva ajuda a retardar esse processo. Busque sempre a orientação de profissionais especializados em estimulação cognitiva para lhe ajudar a identificar e traçar as melhores atividades para cada tipo de função cognitiva que se deseja melhorar. Nunca deixe de querer aprender e desafiar a sua mente. 

4. Cultive seus Relacionamentos

Mudanças comuns na vida de um idoso, como a aposentadoria, a perda de um cônjuge, e as próprias questões de saúde, podem levar uma pessoa a se isolar socialmente. Em pesquisa recente evidenciou que 39% da amostra reportava sentimentos de solidão, sendo que 5% sofria de solidão frequentemente ou sempre.

Procure manter a comunicação com seus familiares e amigos, especialmente depois de uma perda significativa ou uma mudança drástica de vida. Agende um horário regular para que você possa se reunir com amigos e familiares, seja durante um café, seja durante uma refeição uma vez por semana. O importante é cultivar os relacionamentos com pessoas que lhe fazem bem.

5. Durma bem

Com a idade necessitamos de tantas horas de sono como adultos mais jovens, em média entre sete e nove horas por noite, porém um estudo realizado com idosos de uma comunidade, verificou que a privação do sono esteve presente em 30,6% da amostra, e o padrão de sono perturbado, em 88% dos sujeitos estudados. A falta de sono pode causar irritabilidade, depressão, aumento do risco de quedas e até mesmo problemas de memórias.

Crie uma rotina que inclua as horas de sono necessárias para o seu biótipo. Mantenha o seu quarto escuro e evite deixar aparelhos ligados que possam causar ruídos, como televisão e celular. Também evite consumir cafeína após o final da tarde.

6. Reduza o Estresse

Conforme envelhecemos, nossos estressores mudam, e isso a longo prazo pode causar danos às células do cérebro, levando à depressão. O estresse também pode ocasionar perdas de memória, fadiga e diminuição da capacidade do corpo para combater ou se recuperar de infecções. Estima-se que em mais de 90% dos casos de doenças podem ser causados ou complicados devido ao estresse. Apesar de ser impossível evitarmos totalmente as situações estressantes, podemos aprender a melhorar as técnicas para lidar com esta situação.

7. Pratique o cuidado com você

A maior parte de nossa saúde não é controlada pelo sistema de cuidados à saúde, e sim pelas ações que nós tomamos diariamente, bem como o meio ambiente, os nossos genes e os fatores sociais. Quanto mais você tem a participação nos seus próprios cuidados para a saúde, mais satisfeito você ficará com o cuidado que recebe de terceiros. Pense de que maneiras você pode contribuir com a sua saúde, melhorando ou mudando o seu estilo de vida. Converse com o seu médico sobre os cuidados primários para realizar um exame físico anualmente, ou sempre que você estiver preocupado com a sua saúde. Leve com você uma lista dos seus atuais medicamentos prescritos e não prescritos, incluindo suplementos. Mantenha uma lista de seus problemas de saúde, e o mais importante, faça pergunta!

8.Tenha Envolvimento com a Comunidade

Se envolver nas atividades comunitárias proporciona um ganho social e psicológico, fazendo com que nos sentimos mais participativos e menos deprimidos. Procure juntar-se a um comitê de planejamento, participe de serviços voluntários, faça uma viagem com seus amigos. Atividades com outras pessoas podem ser divertidas e desestressantes.

Natalia Cerri é formada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Mestre em Gestão da Clínica pelo PPGGC – UFSCar, Vice-coordenadora ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer) de Rio Claro – SP e parceira integrante da equipe multifuncional da Cuidare Morumbi.