[VALOR ECONÔMICO] Redes de cuidadores ganham espaço no país

 

27 jun 2024

Fundada por Izabelly Miranda em Natal, em 2013, a Cuidare está hoje em 22 Estados — Foto: Divulgação

 

“O Brasil está envelhecendo e, com isso, cresce a procura por serviços de cuidados, saúde e bem-estar de idosos e doentes crônicos, que demandam de ajuda para tarefas do dia a dia. De acordo com dados do último censo, em 2022, o aumento da população idosa brasileira (acima de 60 anos) foi de 56%, em comparação a 2010. Passou de 20,6 milhões para 32,1 milhões de pessoas. A projeção é que, em 2050, os idosos representem 30% da população – um contingente de 60 milhões de brasileiros, seguindo a tendência global de crescimento estimada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Hoje essa fatia é próxima de 16%.

Com base nesses dados e na carência de serviços especializados, as empresas da área têm vislumbrado no modelo de franquias uma forma de se expandir mais rapidamente. Levantamento da Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostra que, nos últimos dois anos, o número de unidades franqueadas no segmento cresceu 75%. As operações passaram de 393, em 2022, para 503 no ano passado, e, só no primeiro semestre de 2024, atingiram 690 unidades. Enquanto isso, o setor de franchising, como um todo, prevê um aumento de 5,5% no número de operações neste ano.

 

 

Outra rede em expansão é a Cuidare, fundada por Izabelly Miranda no fim de 2013, em Natal. Em 2016, a operação foi formatada para virar franquia e hoje conta com 70 unidades em 22 Estados. O objetivo é chegar a 100 em 2025. “Tudo começou no final do meu curso de enfermagem há mais de 10 anos, no estágio que eu fazia em um hospital. Via famílias com dificuldades de se organizar nos cuidados do paciente que estava sendo ‘desospitalizado’. Essas cenas fizeram com que eu tivesse um insight e pensasse numa empresa de prestação de serviços de cuidador”, conta a empresária.

Foi a iminente alta hospitalar da avó que levou Fernando Werneck Vieira Marques, de Guarulhos (SP), a procurar um serviço de cuidadores, após presenciar o cansaço de seus tios, que a acompanhavam na internação. “Quando estava para contratar a Cuidare, minha avó faleceu”, lembra Marques. Quando foi demitido da empresa onde trabalhava, em março de 2020, quis abrir uma franquia da Cuidare. Atualmente, sua unidade atende 12 clientes por mês, fora os volantes, e tem 15 cuidadores registrados.

 

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